sábado, 8 de outubro de 2016

Um campo fértil para a inovação - Luciano Meira

Em entrevista a Revista A Rede, Luciano Meira fala sobre inovação na educação:

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Uma coisa fundamental sobre inovar pedagogicamente a escola é que não só os pedagogos o farão. Não eles sozinhos… A educação é um problema muito complexo pra ter uma visão fatiada. Por isso fazem sentido os investimentos que têm multiplicidade de olhares, a partir de design, tecnologia, educação e negócios.

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Hoje conteúdo não é problema. A quantidade de conteúdos digitais é enorme. A gente não sabe é utilizá-los. A questão é mais a organização dos conteúdos, é criar experiências em torno de um currículo que faça sentido. Por exemplo: a gente incentiva os jovens a usar a Wikipedia e como a gente não tem a experiência de usar aquilo lá, o que eles vão fazer é uma cópia do conteúdo, exatamente como se fazia com a Barsa. Então, você não fez nada, só trocou a mídia. Se a inovação não promover a emergência de um valor sustentável para a mudança de um comportamento de um grupo, então é só produzir mudança. E mudança não é nada. Até o tempo pode produzir mudança. Se você deixar o tempo correr, você vai ter mudança. Mas não é mudança apenas que a gente quer. A gente quer mudança com inovação.

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Eu vejo muitas prefeituras contratando tudo que é de robótica sem saber absolutamente o que se quer com aquilo. Todo fundamento da minha pedagogia é baseado na ludicidade. Foi o que eu estudei a vida inteira. Mas ludicidade não é botar brinquedo na mão dos meninos. É criar um ambiente de engajamento, de imersão experiencial que gere uma espécie de prazer desejante em relação ao conhecimento. Se você não tem isso, o que você vai fazer é encantar alguns meninos que vão seguir carreira. Essa não é a função da escola. E se for só pra brincar, é muito mais barato ter um tanque de areia, né?

Leia mais:
http://www.arede.inf.br/luciano-meira/

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http://www.inovaeduca.com.br/images/opiniao/arquivos/inovacao_na_escola.pdf

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