Ele apresentou o panorama sobre a escola que se quer para o século 22 – 22 sim, porque o século 21 já começou há mais de uma década e é preciso olhar para frente.
Em vez de transmitir conhecimento, escola deve se ater ao seu novo DNA: diversão, diálogo, desafio, narrativa, aventura. Em vez de insistir em paradigmas como transmissão, absorção, retenção, reprovação e controle, ela deverá se preocupar com um novo tipo de DNA.
“A missão da escola, o seu DNA constitutivo parece estar o ensino. Isso não produz a reciprocidade da aprendizagem. Nós estamos usando as metáforas erradas”.
O seu contato com jovens e com tecnologias educacionais o fez perceber que existe um descompasso importante entre o que os alunos esperam da escola e o que ela lhes oferece. Para o pesquisador, os livros em duas dimensões não são mais capazes de dar conta das necessidades dos alunos, que vivem em um mundo em que já é possível manipular realidades de seis dimensões, como em jogos como o Kinect.
Este descompasso, de acordo com Meira, é provocado pelos “arranjos” travados da escola, que se verificam tanto em aspectos infraestruturais quanto nas relações entre as pessoas que compõem o ambiente educacional. “Os arranjos têm sido os mesmos, apesar das tecnologias. Eu me refiro principalmente aos arranjos discursivos que desautorizam o diálogo.”
No lugar desse modelo que tem se mostrado ineficaz, Meira sugere que a escola se abra à diversão, mas não uma diversão que passe apenas pelo engraçado, mas que incentive os alunos a serem autores do seu aprendizado. “Nós queremos encantamento, surpresa, curiosidade”, diz ele.
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