domingo, 11 de outubro de 2009

Reflexão no Dia das Crianças

Durante a semana, no consultório do meu dentista, li na Revista Isto é, Edição 2082 - 07 OUT/2009 uma entrevista com filósofo escocês Carl Honoré, entitulada "Crianças precisam de liberdade para errar".

Quando seu filho de 10 anos perguntou "Por que os adultos têm que tomar conta de tudo?", Honoré percebeu quanto estava sendo um pai ansioso querendo dominar a felicidade simples do filho e transformá-la em realização.

Adultos fazem isso o tempo todo, sejam pais, sejam professores. Aproveitando a data comemorativa que segue (12 de outubro) aproveitei a entrevista para refletir sobre alguns pontos:

>> Existe uma grande diferença entre incentivar um talento e colocar a criança sob pressão.
Quantas vezes por dia pressionamos nossas crianças? E, certamente, sem intensão de prejudicar, fazemos!

>> A infância serve para descobrirmos quem somos e no que somos bons gradualmente, sem ninguém decidindo por nós.
Como é gostoso brincar sem compromisso... experimentar, correr riscos, fazer descobertas... Será que nossas crianças estão tendo essa oportunidade?

>> Uma criança não é um projeto que você pode modular. Ela é uma pessoa que precisa de permissão para ser protagonista de sua própria vida.
Sei que temos sonhos para nossas crianças, mas os sonhos delas? Onde ficam? Como alimentamos eles? Ou apenas destruimos???

>> Crianças precisam de espaço e liberdade para cometer erros, fazer más escolhas, ficar em segundo lugar no pódio. É assim que elas aprendem a trabalhar seus pontos fortes e descobrirão no que são boas.
Vejo duas situações aqui: primeira, uma forte crítica contra a competição (especialmente na escola com crianças pequenas). Ultimamente ela é vista como "vilã"... não há espaço para competições saudáveis, onde os pequenos possam aprender a 'ganhar' cooperativamente e a lidar com a frustação de perder! Outra é o estímulo exagerado a vitória, a seguir padrões e ser melhor em tudo, 'custe o que custar'.

>> Estamos em um momento único da história da infância na qual somos pressionados a oferecer uma infância "perfeita" aos nossos filhos. Não toleramos coisas medianas ou boas o suficiente.

>> A sociedade é profundamente impaciente. Queremos tudo agora. E achamos complicado recuar e deixar as coisas acontecerem.
Parece que não há mais tempo... mas estamos correndo atrás de quê mesmo???

>> Crianças estão tão preocupadas em agradar aos adultos e fazer tudo certo que não aprendem a pensar por si sós e a olhar para dentro de si mesmas.
Crianças querem agradar seus pais, seus professores... até o dia em que se 'rebelam' contra tudo isso. E quanto dessa revolta é nossa culpa?

>> Não existe fórmula mágica para educar. Cada criança é única, assim como cada família. O segredo é encontrar a fórmula que funciona melhor para você e seu filho.

>> Criar um mundo perfeito para seu filho, no qual tudo é gerado de acordo com as necessidades dele, em que as emoções dele sempre vêm primeiro, não é uma preparação razoável para a vida adulta. Não é assim que o mundo real funciona.
O meu mundo pelo menos não...

>> Crianças precisam de tempo e espaço para explorar seu próprio mundo. Precisam de amor e atenção. Devem ter permissão para se arriscar.

Para ler a entrevista na íntegra, clique aqui. E aproveite para deixar seu ponto de vista nos comentários.

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2 pessoas deixaram comentários!:

Sonia Regly disse...

Adorei essa postagem leva-nos a uma profunda reflexão. Vim te convidar para conhecer o Compartilhando as Letras, um Blog preocupado com a Educação:
www.compartilhandoasletras.com

Débora Francischini disse...

Um ótimo post que nos faz refletir muito sobre como estamos tratando nossas crianças...
Quando ele diz... "Não existe fórmula mágica para educar" percebo que cada criança é um ser único, e que ela precisa se descobrir, se explorar errando e acertando em suas ações, e que com nosso amor temos que mostrar-lhes, orientar-lhes o melhor caminho... E não colocar-las em uma redoma.
Parabéns pelo post. Adorei.
Abraços